Em um recente artigo, dom Orlando
Brandes, arcebispo metropolitano de Londrina, no Estado do Paraná,
refletiu sobre os sete eixos do Ano da Fé: a dimensão pessoal da fé; a
dimensão celebrativa; a dimensão reflexiva; dimensão da transmissão da
fé; a dimensão eclesial da fé; a dimensão social; e a dimensão
testemunhal.
Segundo o prelado, o primeiro eixo é a
dimensão pessoal da fé, e a pergunta fundamental é esta: como vai a
minha fé? "Um dos objetivos do Ano da Fé é nossa conversão, renovação,
santificação. A Igreja espera que cada fiel faça um projeto pessoal de
crescimento na fé para readquirir a alegria de crer e o entusiasmo de
transmitir a fé", explicou ele.
A dimensão celebrativa é o segundo eixo
do Ano da Fé, conforme dom Orlando. Para ele, neste ano somos convocados
a melhorar nossas celebrações costumeiras e por outro lado, ser
criativos em realizar eventos celebrativos que encantem o coração e nos
fortaleçam na evangelização. "A lei de crer é a lei de celebrar. A
liturgia e a oração manifestam nossa fé e a realimentam", completou.
Em terceiro, vem a dimensão reflexiva,
pois de acordo com o arcebispo, este ano é uma oportunidade para
aprofundar nossos estudos sobre o Catecismo da Igreja Católica, sobre os
Documentos do Concílio Vaticano II. Ele ainda ponderou que o credo deve
estar sempre em nossas mentes e corações, como também ressoar nas
catedrais, nas igrejas, nas famílias e nos meios de comunicação.
Já o quarto eixo é a dimensão da
transmissão da fé, uma questão hoje em decadência. Dom Orlando destacou
que a transmissão da fé na família, nas escolas, na catequese, nas
homilias é uma urgência da evangelização. "A fé vem da pregação, da
audição, da transmissão, do testemunho e da comunicação do seu conteúdo.
Somos intimados a transmitir a fé para nossos vizinhos, parentes,
amigos como também os namorados, noivos, padrinhos, testemunhas do
casamento. Usemos de modo especial as redes sociais como e-mail, blog,
MSN, internet."
Para o prelado, em quinto lugar está a
dimensão eclesial da fé, pois o nosso ato de fé pessoal não é inventado
por nós, é uma fé que recebemos da Igreja desde o batismo. Ele enfatizou
ainda que o ato de fé de cada ser humano não pode ser arbitrário, nem
invenção da nossa cabeça. Portanto, dom Orlando acredita que o Ano da Fé
nos leva a crer, amar e seguir a fé que recebemos da Igreja, porque ela
é eclesial, comunitária e pública.
A dimensão social é o sexto eixo, pois a
fé sem obras é morta, mais ainda, ela age e se manifesta no amor. "O
Ano da Fé nos impele a assumir a dimensão social do evangelho. A fé nos
faz profetas, advogados da justiça, promotores da dignidade humana,
defensores da vida", disse.
E por fim, segundo o arcebispo, o sétimo
eixo é a dimensão testemunhal. O prelado chamou a atenção para o fato
de que é preciso dar testemunhos públicos de fé, oferecer oportunidade
para as pessoas darem seus testemunhos, descobrir pessoas de fé que
estão no meio de nós, ao nosso lado. "Voltemo-nos para os santos, os
Apóstolos, os mártires, os missionários que são testemunhas eloquentes,
fascinantes e arrebatadoras da fé."
Para concluir, dom Orlando ressaltou que
o Ano da fé, se bem vivido, será um ano de luz que haverá de iluminar,
incendiar, inflamar e aquecer a vida dos fiéis e das comunidades. Ele
explicou que no fundo a fé é uma grande paixão, que nos permite superar a
tristeza, a rotina, a mediocridade que nos acomoda e incomoda. E
acrescentou também que quando não há fé desaba o essencial que é o
esquecimento de Deus e a surdez da fé.
Para o arcebispo, a verdade, a força e a
beleza da fé haverão de vencer o cansaço, a burocracia, o comodismo,
que se chama de "síndrome do embaraço" na qual vivem muitos cristãos
batizados. Ele disse ainda que pela fé percebemos que em Jesus de Nazaré
Deus se fez visível, audível e tangível.
"O reencontro com Jesus Cristo
oportunizado pelo Ano da Fé será o motor da Nova Evangelização. Voltemos
à fonte, ao poço, a exemplo da samaritana, e uma vez convertidos,
peregrinemos pelos desertos do mundo e os transformemos em jardins.
Entremos pela porta da fé e caminhemos na estrada de Jesus que nos leva à
porta da justiça e do céu", afirmou o prelado. (FB)
Fonte: GaudimPress
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