19 de novembro de 2012

Quando não há Fé, o essencial desaba, afirma arcebispo de Londrina

Em um recente artigo, dom Orlando Brandes, arcebispo metropolitano de Londrina, no Estado do Paraná, refletiu sobre os sete eixos do Ano da Fé: a dimensão pessoal da fé; a dimensão celebrativa; a dimensão reflexiva; dimensão da transmissão da fé; a dimensão eclesial da fé; a dimensão social; e a dimensão testemunhal.
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Segundo o prelado, o primeiro eixo é a dimensão pessoal da fé, e a pergunta fundamental é esta: como vai a minha fé? "Um dos objetivos do Ano da Fé é nossa conversão, renovação, santificação. A Igreja espera que cada fiel faça um projeto pessoal de crescimento na fé para readquirir a alegria de crer e o entusiasmo de transmitir a fé", explicou ele.

A dimensão celebrativa é o segundo eixo do Ano da Fé, conforme dom Orlando. Para ele, neste ano somos convocados a melhorar nossas celebrações costumeiras e por outro lado, ser criativos em realizar eventos celebrativos que encantem o coração e nos fortaleçam na evangelização. "A lei de crer é a lei de celebrar. A liturgia e a oração manifestam nossa fé e a realimentam", completou.

Em terceiro, vem a dimensão reflexiva, pois de acordo com o arcebispo, este ano é uma oportunidade para aprofundar nossos estudos sobre o Catecismo da Igreja Católica, sobre os Documentos do Concílio Vaticano II. Ele ainda ponderou que o credo deve estar sempre em nossas mentes e corações, como também ressoar nas catedrais, nas igrejas, nas famílias e nos meios de comunicação.

Já o quarto eixo é a dimensão da transmissão da fé, uma questão hoje em decadência. Dom Orlando destacou que a transmissão da fé na família, nas escolas, na catequese, nas homilias é uma urgência da evangelização. "A fé vem da pregação, da audição, da transmissão, do testemunho e da comunicação do seu conteúdo. Somos intimados a transmitir a fé para nossos vizinhos, parentes, amigos como também os namorados, noivos, padrinhos, testemunhas do casamento. Usemos de modo especial as redes sociais como e-mail, blog, MSN, internet."

Para o prelado, em quinto lugar está a dimensão eclesial da fé, pois o nosso ato de fé pessoal não é inventado por nós, é uma fé que recebemos da Igreja desde o batismo. Ele enfatizou ainda que o ato de fé de cada ser humano não pode ser arbitrário, nem invenção da nossa cabeça. Portanto, dom Orlando acredita que o Ano da Fé nos leva a crer, amar e seguir a fé que recebemos da Igreja, porque ela é eclesial, comunitária e pública.

A dimensão social é o sexto eixo, pois a fé sem obras é morta, mais ainda, ela age e se manifesta no amor. "O Ano da Fé nos impele a assumir a dimensão social do evangelho. A fé nos faz profetas, advogados da justiça, promotores da dignidade humana, defensores da vida", disse.

E por fim, segundo o arcebispo, o sétimo eixo é a dimensão testemunhal. O prelado chamou a atenção para o fato de que é preciso dar testemunhos públicos de fé, oferecer oportunidade para as pessoas darem seus testemunhos, descobrir pessoas de fé que estão no meio de nós, ao nosso lado. "Voltemo-nos para os santos, os Apóstolos, os mártires, os missionários que são testemunhas eloquentes, fascinantes e arrebatadoras da fé."

Para concluir, dom Orlando ressaltou que o Ano da fé, se bem vivido, será um ano de luz que haverá de iluminar, incendiar, inflamar e aquecer a vida dos fiéis e das comunidades. Ele explicou que no fundo a fé é uma grande paixão, que nos permite superar a tristeza, a rotina, a mediocridade que nos acomoda e incomoda. E acrescentou também que quando não há fé desaba o essencial que é o esquecimento de Deus e a surdez da fé.

Para o arcebispo, a verdade, a força e a beleza da fé haverão de vencer o cansaço, a burocracia, o comodismo, que se chama de "síndrome do embaraço" na qual vivem muitos cristãos batizados. Ele disse ainda que pela fé percebemos que em Jesus de Nazaré Deus se fez visível, audível e tangível.

"O reencontro com Jesus Cristo oportunizado pelo Ano da Fé será o motor da Nova Evangelização. Voltemos à fonte, ao poço, a exemplo da samaritana, e uma vez convertidos, peregrinemos pelos desertos do mundo e os transformemos em jardins. Entremos pela porta da fé e caminhemos na estrada de Jesus que nos leva à porta da justiça e do céu", afirmou o prelado. (FB)

Fonte: GaudimPress

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