“Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados” (2Cor 4,8)
Nós, bispos do Conselho Episcopal
Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunidos
em Brasília-DF, nos dias 27 e 28 de novembro de 2012, vimos manifestar
nossa solidariedade aos irmãos e irmãs que sofrem com a seca no
Nordeste. Esta situação, que se prolonga de forma desalentadora, exige a
soma de esforços e de iniciativas de todos: governo, Igrejas,
empresários, sociedade civil organizada - para garantir às famílias a
superação de tamanha adversidade.
Os recursos liberados pelo governo e o
auxílio das Cáritas Diocesanas e de outras entidades são, sem dúvida,
imprescindíveis para o socorro imediato dos afetados por tão longa
estiagem, considerada a pior nos últimos 30 anos. Estas iniciativas têm
contribuído para diminuir a fome, a mortalidade infantil e o êxodo.
Sendo, porém, a seca uma realidade do semiárido brasileiro, é urgente
tomar medidas eficazes que possibilitem a convivência com este fenômeno.
Considerem-se, para esse fim, o desenvolvimento de políticas públicas
específicas para a região e o aproveitamento das potencialidades das
populações locais.
Preocupa-nos o risco de colapso hídrico urbano devido à falta de planejamento adequado do enfrentamento da seca.
Preocupa-nos o risco de colapso hídrico urbano devido à falta de planejamento adequado do enfrentamento da seca.
Especialistas na área vêm nos mostrando
que há meios mais baratos e de maior alcance social do que os
megaprojetos, como a transposição dos recursos hídricos do Rio São
Francisco, construção de grandes açudes, dentre outros.
No meio rural, as cisternas para a
captação de água de chuva, iniciativa da Igreja Católica, mostraram-se
eficientes no enfrentamento da seca. É importante ampliar essa
iniciativa e também investir na construção de cisternas “calçadão” para a
produção de hortaliças. Já a aplicação dos recursos financeiros e
técnicos necessita ser ampliada e universalizada, levando-se em conta o
protagonismo das populações locais e de suas organizações, no campo e na
cidade. Torna-se necessário o controle para que os recursos sejam
otimizados e cheguem realmente aos mais necessitados. Um planejamento
adequado pode garantir soluções permanentes e duradouras que assegurem
as condições de vida digna para todos.
A fé e a esperança, distintivos de
nossos irmãos nordestinos, animem seus corações nesta hora de sofrimento
e de dor. “Esperando contra toda esperança” (Rm 4,18), confiem-se ao
Deus da vida e por seu Filho clamem: “Fica conosco, Senhor, porque ao
redor de nós as sombras vão se tornando mais densas, e tu és a Luz; em
nossos corações se insinua a desesperança, e tu os fazes arder com a
certeza da Páscoa” (DAp 554).
Que o Divino Espírito Santo e Maria iluminem e inspirem a todos na esperança e na construção do bem.
Brasília, 28 de novembro de 2012.
Brasília, 28 de novembro de 2012.
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
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