Um artigo publicado pela jornalista Carmen Villa Betancourt no jornal El
Colombiano esclareceu que o Papa Bento XVI no seu livro "A Infância de
Jesus" não eliminou a presença do burro e do boi dos presépios, como foi
divulgado recentemente por diversos meios de comunicação.
"‘O Papa
afirma que não havia burro nem boi no portal de Belém’, diz o jornal El
Pais de Madri. ‘Também disse que o burro e o boi não vão ao presépio’, é
o subtítulo do jornal El Espectador. ‘Um presépio sem burro nem boi,
assegurou o Papa’, titulou este jornal na sua edição digital", recordou a
jornalista.
Villa
Betancourt recordou que o objetivo de um titular é "atrair o leitor e
sintetizar a informação". Entretanto, embora os titulares usados por
estes meios "cumpram com o objetivo de captar o leitor, distorcem
maliciosamente a mensagem e não cumprem com o papel de sintetizá-la".
"Ao ler os
artigos vi que estes não diziam que o Papa tirou estes animais do
presépio. Por quê? Simplesmente porque isto é falso", expressou.
A jornalista
indicou que sobre este tema, o que diz o livro do Papa em sua página 76
é: "O presépio nos leva a pensar nos animais, pois é ali onde eles
comem. No Evangelho não se fala neste caso de animais. Mas a meditação
guiada pela fé, lendo o Antigo e o Novo Testamento relacionados entre
si, preencheu logo esta lacuna, remetendo-se a Isaías 1,3: ‘o boi
conhece seu amo, e o asno o presépio do seu dono; Israel não me conhece,
meu povo não compreende’".
"Qualquer
fiel –indicou Villa Betancourt-, sabe que, assim como o burro e o boi,
há outros elementos como a data de nascimento de Jesus, o nome dos reis
magos ou tantos outros aspectos que são bonitos mas não essenciais para a
fé e talvez por isso não sejam relatados pelos evangelistas. A mula e o
boi fazem parte da tradição cristã. Tanto, que estão presentes todos os
anos no presépio da praça de São Pedro no Vaticano".
Entretanto,
"o incrível é que muitos colunistas e blogueiros tenham feito duras e
ignorantes críticas contra o Papa pela suposta supressão dos animais em
Belém, como se isso fosse a proclamação de um novo dogma de fé.
Pergunto-me se já leram o livro, ou ao menos os extratos do mesmo que
saíram nestes dias em tantas páginas Web".
"Acho que
muitos ficaram nos titulares deficientes dos periódicos. É lamentável
que estes comentários distorçam a notícia da publicação de um novo livro
que completa uma magnífica trilogia e que pode preparar-nos espiritual e
intelectualmente, para viver o mistério do Natal", finalizou a
jornalista colombiana.
Fonte: ACI Digital
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