A Arquidiocese de São Paulo, entidade máxima da Igreja Católica na
capital paulista, entrou no debate da eleição municipal com ataques ao
PRB, partido de Celso Russomanno, líder nas pesquisas eleitorais. Nota
de repúdio redigida a pedido do arcebispo d. Odilo Scherer levanta
dúvidas sobre a conduta do PRB em caso de vitória eleitoral e classifica
o partido como "manifestadamente ligado à Igreja Universal".
O texto ataca o presidente do PRB e coordenador da campanha de
Russomanno, Marcos Pereira. Ele é pastor licenciado da Igreja Universal,
um dos maiores grupos evangélicos do Brasil. A nota divulgada nesta
quinta-feira pela Arquidiocese acusa Pereira de fomentar a discórdia e
fazer críticas destemperadas aos católicos. "Lamentavelmente, se já
fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar se o
conquistarem, mesmo parcialmente, pelo voto? É pra pensar!", diz o
texto.
A nota da Arquidiocese critica especificamente um artigo escrito e
publicado no blog de Pereira em maio de 2011. O texto afirmava que a
Igreja Católica tem o "controle das ações do governo, seja federal,
estadual ou municipal" e a responsabiliza indiretamente pela
distribuição em escolas brasileiras do chamado "kit gay" - material
didático de combate à homofobia. "Estamos vivendo a política da
catequização da Igreja de Roma e, por isso, certamente, estamos vivendo
os últimos dias", dizia o artigo de Pereira. "Simplesmente nos impõem a
ditadura das minorias."
Perfil falso - Apesar de ter sido publicado há mais de um ano, o
artigo de Pereira só entrou na campanha esta semana, quando um usuário
falso do Twitter passou a divulgá-lo na rede social. O perfil é
identificado como José Alves e postou sua primeira mensagem há apenas
quatro dias.
A campanha de Russomanno suspeita que adversários na disputa eleitoral
sejam os responsáveis pela divulgação do texto de Pereira, com o
objetivo de fomentar o embate.
Segundo Pereira, o texto é antigo. "Era uma época em que eu estreava o
blog e vivíamos um momento específico, que era o possível lançamento do
famigerado kit gay. Querem ressuscitar uma coisa do passado." O
presidente do PRB disse que o artigo não foi um ataque à Igreja
Católica. "Foi uma opinião sobre questão específica naquele momento."
(Com Agência Estado)
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