Não roubarás (Ex 20,15; Dt 5,19; Mt 19,18).
O Sétimo Mandamento proíbe roubar ou
reter injustamente os bens do próximo ou danificá-lo. Ensina que cada
pessoa deve e precisa trabalhar honestamente e assim suprir o seu
sustento e o de sua família. O Sétimo Mandamento destaca o valor
primordial e a importância do trabalho. O homem é seu autor e
destinatário. Por meio de seu trabalho, o homem participa da obra da
criação. Unido a Cristo, o trabalho pode ser redentor. Ele é a sentinela
da virtude.
A Bíblia está repleta de condenações ao
roubo, à corrupção, às injustiças com os mais fracos e tantas vezes
explorados em seus salários e trabalhos. São Paulo diz aos coríntios
que: “Nem os ladrões, nem os avarentos… nem os rapinadores herdarão o
Reino de Deus” (1 Cor 6,10). E os profetas acusaram os que exploram os
irmãos. E todo roubo cometido exige reparação na mesma medida. O
Evangelho mostra que Zaqueu ficou tão constrangido na presença de Jesus,
que sabia que ele era corrupto, que lhe prometeu restituir quatro vezes
tudo o que tinha roubado. A justiça exige a restituição do bem roubado,
seja de uma pessoa, de uma instituição ou do Estado. Por ser impessoal,
muitos pensam que podem fraudar o Estado, sem culpa; de forma alguma,
os bens públicos são de todos e devem atender antes de tudo as
necessidades dos mais fracos. Nunca vimos em nosso país, como hoje,
tanto roubo deslavado; tanta corrupção nos órgãos públicos do executivo,
legislativo e judiciário. Há uma verdadeira hemorragia de dinheiro do
Estado, sangrando o seu corpo. Quem paga por isto são os mais pobres. A
lei moral proíbe também os atos que, visando o dinheiro fácil e sujo,
praticam a exploração dos seres humanos: a sua compra, venda e troca
como mercadorias: crianças, prostitutas, etc.
O Mandamento exige também não poluir a
terra, o ar e a água, e não esbanjar os recursos naturais que as
gerações sucessoras deverão usar. Há muito desperdício e consumismo em
nossos dias; é um pecado contra o sétimo Mandamento. O sétimo Mandamento lembra ainda que os
animais são confiados à administração do homem, que lhes deve
benevolência. Podem servir para a justa satisfação das necessidades do
homem, como alimentação e serviço, mas devem ser tratados com respeito.
A Igreja lembra a necessidade da justiça
social. Os bens criados por Deus para todos deve de fato chegar a todos
conforme a justiça, e por meio da caridade, mas não por meios violentos
como a revolução e a luta de classes pregado pelo marxismo e vivido no
comunismo. Não resolveu o problema social e apenas gerou milhões de
vitimas inocentes.
O Mandamento lembra que a esmola dada aos
pobres é um testemunho de caridade fraterna; é também uma prática de
justiça que agrada a Deus. Na multidão de seres humanos sem pão, sem
teto, sem roupa, sem remédios, como não reconhecer Lázaro, mendigo
faminto da parábola? “Foi a mim que o deixastes de fazer” (Mt 25,45).
Prof. Felipe Aquino
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