Paolo Gabriele (canto direito) durante o julgamento |
O julgamento de Paolo Gabriele,
ex-mordomo do papa, e do técnico em informática do Vaticano, Claudio
Sciarpelletti, pelo roubo e difusão de centenas de documentos de Bento
XVI começou neste sábado (29) no Vaticano, em meio a uma grande
expectativa.
Gabriele está presente nesta primeira audiência, que não tem
tempo de duração definida, assim como todo o julgamento. O presidente do
Tribunal é Giuseppe della Torre, e também fazem parte do processo os
juízes Paolo Papanti Pelletier e Venerando Marano.
O promotor do Vaticano é Nicola Piccardi, e Gabriele, conhecido
como "Paoletto", será defendido pela advogada Cristiana Arru, e
Sciarpelletti por Gianluca Benedetti. O julgamento será assistido por 20 pessoas, já que é público, e oito jornalistas de diversos meios de comunicação.
Gabriele pode ser condenado a até quatro anos de prisão e o
técnico Claudio Sciarpelletti, acusado de acobertamento, pode ser
condenado a um ano de cadeia. Embora o ex-mordomo já tenha se declarado culpado, isso não
influenciará os juízes, já que ele pode estar fazendo isso para encobrir
outras pessoas, disseram fontes judiciais do Vaticano.
O papa, como chefe soberano do Vaticano, pode exercer em qualquer
momento sua prerrogativa de perdoar o mordomo, mas se não fez isso até
agora é sinal de que espera que o julgamento vá até o final. Durante o julgamento podem ser chamadas várias testemunhas, já
que na investigação aparecem eventuais cúmplices que se ocultam sob as
letras "B" (aparentemente um sacerdote espiritual de Gabriele), "X" e
"W".
Não se descarta também que possa ser chamado o secretário
particular do papa, Georg Ganswein, de cujo escritório durante vários
anos Gabriele roubou e copiou os documentos secretos.
O escândalo do vazamento de documentos do papa e da Santa Sé,
conhecido como "Vatileak", veio à tona no início desse ano, quando uma
televisão italiana revelou cartas enviadas a Bento XVI pelo núncio nos
EUA, o arcebispo Carlo Maria Viganó, nas quais ele denunciava a
"corrupção, prevaricação e má gestão" na administração do Vaticano.
Em 19 de maio foi publicado um livro com uma centena de novos
documentos secretos do Vaticano que revelam supostas tramas e intrigas
no pequeno Estado, e no dia 24 de maio Gabriele foi detido.
Sciarpelletti foi preso um dia depois, mas 24 horas depois foi
liberado. Paoleto ficou 53 dias detido, até ser colocado em prisão
domiciliar.
Fonte: Meio Norte On-Line
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