23 de janeiro de 2013

Fim da Missa, início da Missão


Na liturgia celebramos por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vida Cristo suas conquistas e dificuldades na implantação do Reino de Deus no mundo secular.

Da celebração haurimos forças para recomeçar a missão evangelizadora. A liturgia torna-se, desse modo, a fonte e o ápice de toda a vida cristã (SC 10).

A liturgia projeta a Igreja que celebra e todos os seus membros para um ideal de continuidade. Fecundada pelo encontro com o Senhor, à comunidade cristã é em sentido todo especial, templo do Espírito Santo, lugar onde Ele irrompe, estimulando os fiéis a serem testemunhas de Cristo, anunciadores do Seu EvangeIho numa missão permanente que conduzirá a humanidade à verdade plena (Jo 16,13).

Missão: Autenticidade da Igreja

Na liturgia celebramos o Espírito que nos foi enviado. Essa abertura missionária demonstra a autenticidade da Igreja, sinal e instrumento da união dos homens com Deus em Cristo, e da unidade de todo o gênero humano (LG 1).

No Antigo Testamento, as palavras dos profetas são anúncios missionários para Israel, preanunciando a chegada do missionário por excelência, Jesus Cristo.

Jesus, por sua vez, não faz acepção de pessoas; a todos anuncia que o tempo se cumpriu e o Reino de Deus está próximo (Mc 1,15). AcoIhe a todos, crianças, adultos, pobres e ricos, judeus e pagãos, doentes e pecadores, homens e mulheres. Ele envia os discípulos a todos os povos (Mt 28,19), para anunciar a remissão dos pecados (Lc 5,32) até a consumação dos séculos.

Paulo descreve o trabalho missionário não apenas em termos de serviço (diaconia), mas também no sentido de celebração (liturgia). De fato, a vida do apóstolo se torna oferta sacrifical a Deus, a serviço da missão (Rm 15,16).

Evangelização: Função Litúrgica

A evangelização é também função litúrgica, sagrada. Com sua conversão a
Cristo, os neófitos se tomam oferta santificada pelo Espírito e aceita por Deus.
O missionário não só participa do Mistério Pascal como Cristo, mas traz ainda em si, sob nova forma, o mistério da redenção que irá anunciar aos irmãos (C1 1,24-25).
Na Igreja primitiva uma série de ritos faz parte da catequese e da liturgia catecumenal missionária.

O Concilio Vaticano II, em sua Constituição sobre a liturgia, faz alusão ao caráter missionário quando afirma:

a liturgia precisa adaptar-se às culturas e à índole dos povos (sc 37-40),
as reformas a serem viabilizadas tenham em vista as necessidades de cada região
(sc 63 e 65), as realidades de cada povo (sc 77, 107, 110), a riqueza e a peculiaridade musical (sc 120) e os costumes locais (sc 128).

A CEI (Conferência Episcopal Italiana), num documento sobre a evangelização e os sacramentos (1973), afirma: "Não se pode separar a pastoral e a vida sacramental do conjunto da missão cristã, já que a evangelização é a comunicação ao mundo do dom de Deus, que procede de Cristo e que, graças ao Espírito Santo, passa através da nossa experiência de discípulos de Cristo. Portanto a pastoral sacramental pode ser reconhecida e praticada como meio autenticamente missionário"

Cristo age nas ações litúrgicas

Não podemos esquecer que Cristo, o enviado do Pai, está presente e age pelo seu Espírito em todas as ações litúrgicas, sobretudo na celebração da Eucaristia, a fim de continuar a obra salvífica universal.

A liturgia é memorial do Evento Pascal não apenas durante a celebração, mas também fora do contexto celebrativo, quando fortalece a ação missionária. A caridade celebrada na liturgia é fonte de verdadeira missão (AA 3).

A missão visa realizar no mundo e na história o desígnio salvífico de Deus. Pela transformação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue do Senhor, a criação e a história se transformam em sacramento de salvação.

A liturgia é missionária por sua própria natureza. Essa dimensão precisa ser redescoberta e aprofundada, a fim de que não caiamos no neo-ritualismo vazio e desligado da vida e da realidade.

Há perguntas que precisam ser respondidas e oportunamente examinadas perante os desafios do mundo secular:

- Que mundo a Igreja é chamada a evangelizar?
- Com que linguagem?
- Que liturgia se exige para que a Igreja seja evangelizadora?

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