A XIII Assembleia Geral Ordinária do
Sínodo dos Bispos dedicada à Nova Evangelização para a transmissão da fé
cristã chega ao seu término. Na sexta-feira os padres sinodais emitiram
a tradicional Mensagem ao término dos trabalohos sinodais. A Mensagem
apresentada pretende ser, da parte da Assembleia, uma voz de
encorajamento para toda a humanidade.
Através da figura evangélica da mulher
da Samaria foi apresentada a sede de Deus que tem o homem de hoje.
"Muitos são hoje os poços que se oferecem à sede do homem, mas é preciso
discernir para evitar águas. È preciso orientar bem a busca, para não
cair vítima de desilusões, que podem ser danosas", afirma o documento.
A Mensagem foi dividida em 14 pontos que
representam os temas tratados no Sínodo. O fio condutor é o tom de
esperança que "o Senhor guia a história da Igreja com o Seu Espírito",
salientou em uma conferência para a imprensa de apresentação o cardeal
italiano, Giuseppe Betori, arcebispo de Florença.
A beleza da Igreja
No texto emerge também o chamado a
redescobrir a beleza da Igreja. Apreciando o "gênio humano" que se
exprime na ciência e cultura, nota-se que na beleza "nós reconhecemos um
modo particularmente significativo de expressão da espiritualidade.
Somos gratos quando com as suas criações de beleza nos ajudam a tornar
evidente a beleza do vulto de Deus e daquele de suas criaturas. A via da
beleza é uma estrada particularmente eficaz na nova evangelização".
"A obra da nova evangelização consiste
em repropor ao coração e à mente, não poucas vezes distraídos e
confusos, dos homens e das mulheres do nosso tempo, antes de tudo a nós
mesmos, a beleza e a novidade perene do encontro com Cristo". A beleza
da fé que "deve resplandecer, em partircular nas ações da sagrada
Liturgia, na Eucaristia dominical", salientam os Padres sinodais.
Encontro com Jesus Cristo
Foi reafirmada a importância do encontro
com Jesus Cristo através da Sagrada Escritura. "Não se trata de
inventar, quem sabe, novas estratégias, quase como se o Evangelho fosse
um produto a ser colocado no mercado das religiões, mas para redescobrir
os modos no qual, no caso de Jesus, as pessoas se aproximaram dele e
por ele foram chamadas, para introduzir aquelas mesmas modalidades nas
condições do nosso tempo". São precisas "modalidades realmente
evangélicas, arraigadas nas dimensões de fundo da vida do homem: a
família, a pobreza e as provas da vida, etc", observa-se.
Conversão
Um dos mais fortes trechos da Mensagem é
o apelo à conversão de toda a Igreja expressa no ponto 5, na
evangelização de nós mesmos e em nos dispormos à conversão. "Com
humildade temos que reconhecer que as pobrezas e as fraquezas dos
discípulos de Jesus, especialmente de seus ministros, pesam na
credibilidade da missão. Estamos certamente conscientes, em primeiro
lugar nós Bispos, que nunca poderemos estar à altura daquele chamado por
parte do Senhor e da entrega de seu Evangelho para o anúncio às
pessoas. Saber ter que reconhecer humildemente a nossa vulnerabilidade
às feridas da história e não hesitamos em reconhecer os nossos pecados
pessoais. Sejamos, porém, também convictos que a força do Espírito do
Senhor pode renovar a sua Igreja e tornar resplandecente sua veste, se
deixaremos nos plamar por ele. Mostram-no as vidas dos santos, cuja
memória e narração é instrumento privilegiado da nova evangelização",
afirma-se.
Ao mesmo tempo é reafirmada a confiança
com a qual se enfrentam também as dificuldades e os desafios que o mundo
de hoje coloca. "Nós estamos confiantes - salientam os Padres sinodais -
nas inspiração e na força do Espírito, que nos ensinará aquilo que
temos que dizer e aquilo que temos que fazer, mesmo nas situações mais
difíceis. É nosso dever, por isso, vencer o medo com a fé, o aviltamento
com a esperança, a indiferença com o amor".
Família e Paróquia
O documento nos traz os temas
fundamentais das três semanas de discussão: atenção e cuidado mais
intensos e particular pela família e pela paróquia. "Não se pode pensar
em uma nova evangelização sem sentir uma precisa responsabilidade pelo
anúncio do Evangelho às famílias e sem dar suporte a elas na tarefa
educativa".
No texto os Padres sinodais expressaram
um pensamento também verdadeiro aos casais divorciados: "A todos eles
queremos dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que a Igreja
também os ama e é casa acolhedora para todos, que eles permanecem
membros da Igreja, mesmo que não possam receber a absolvição sacramental
e a Eucaristia. As comunidades católicas sejam acolhedoras para os que
vivem em tais situações e ajudem no caminho de conversão e de
reconciliação".
Se reafirma em modo forte o papel
"irrenunciável" da paróquia para a vida da Igreja. Os Padres sinodais
convidam a propor "as formas novas de missão requisitadas pela nova
evangelização" e ao mesmo tempo de "permear também as várias,
importantes expressões da piedade popular" e envolver as "antigas e
novas associações e junto aos movimentos eclesiais e às novas
comunidades".
Os Jovens, Continentes e Missão Permanente
A assembleia também faz um apelo para
não sermos pessimistas por não percebermos "nos nossos jovens aspirações
profundas de autenticidade, de verdade, de liberdade, de generosidade"
convidando a oferecer "as várias experiências de espiritualidade, de
serviço e de missionarismo".
No fim da Mensagem, fala-se também sobre
a situação da Igreja nos Continentes. Convida-se a Igreja na América do
Norte a ser "solidária com a América Latina na permanente evangelização
do continente comum". A vida e o testemunho dos cristãos na América do
Sul e no Caribe traz esperança, portanto os Padres sinodais agradeceram
desejando continuar a cultivar a piedade popular.
"O mesmo sentimento de gratidão a
Assembleia do Sínodo dirige às Igrejas da América Latina e do Caribe.
Toca em particular, como ao longo dos séculos se desenvolvam nos vossos
países formas de piedade popular, ainda arraigadas no coração de tantos,
de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de
muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a
Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver em um estado
permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e com
alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de
Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho possa
ser uma fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o
pluralismo religioso interroga as vossas Igrejas e exige um renovado
anúncio do Evangelho". (AA/JS)