30 de outubro de 2012

A Igreja é viva e não há espaço para o pessimismo, afirmam Padres sinodais

A XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos dedicada à Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã chega ao seu término. Na sexta-feira os padres sinodais emitiram a tradicional Mensagem ao término dos trabalohos sinodais. A Mensagem apresentada pretende ser, da parte da Assembleia, uma voz de encorajamento para toda a humanidade.

Através da figura evangélica da mulher da Samaria foi apresentada a sede de Deus que tem o homem de hoje. "Muitos são hoje os poços que se oferecem à sede do homem, mas é preciso discernir para evitar águas. È preciso orientar bem a busca, para não cair vítima de desilusões, que podem ser danosas", afirma o documento.
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A Mensagem foi dividida em 14 pontos que representam os temas tratados no Sínodo. O fio condutor é o tom de esperança que "o Senhor guia a história da Igreja com o Seu Espírito", salientou em uma conferência para a imprensa de apresentação o cardeal italiano, Giuseppe Betori, arcebispo de Florença.

A beleza da Igreja

No texto emerge também o chamado a redescobrir a beleza da Igreja. Apreciando o "gênio humano" que se exprime na ciência e cultura, nota-se que na beleza "nós reconhecemos um modo particularmente significativo de expressão da espiritualidade. Somos gratos quando com as suas criações de beleza nos ajudam a tornar evidente a beleza do vulto de Deus e daquele de suas criaturas. A via da beleza é uma estrada particularmente eficaz na nova evangelização".

"A obra da nova evangelização consiste em repropor ao coração e à mente, não poucas vezes distraídos e confusos, dos homens e das mulheres do nosso tempo, antes de tudo a nós mesmos, a beleza e a novidade perene do encontro com Cristo". A beleza da fé que "deve resplandecer, em partircular nas ações da sagrada Liturgia, na Eucaristia dominical", salientam os Padres sinodais.

Encontro com Jesus Cristo

Foi reafirmada a importância do encontro com Jesus Cristo através da Sagrada Escritura. "Não se trata de inventar, quem sabe, novas estratégias, quase como se o Evangelho fosse um produto a ser colocado no mercado das religiões, mas para redescobrir os modos no qual, no caso de Jesus, as pessoas se aproximaram dele e por ele foram chamadas, para introduzir aquelas mesmas modalidades nas condições do nosso tempo". São precisas "modalidades realmente evangélicas, arraigadas nas dimensões de fundo da vida do homem: a família, a pobreza e as provas da vida, etc", observa-se.

Conversão

Um dos mais fortes trechos da Mensagem é o apelo à conversão de toda a Igreja expressa no ponto 5, na evangelização de nós mesmos e em nos dispormos à conversão. "Com humildade temos que reconhecer que as pobrezas e as fraquezas dos discípulos de Jesus, especialmente de seus ministros, pesam na credibilidade da missão. Estamos certamente conscientes, em primeiro lugar nós Bispos, que nunca poderemos estar à altura daquele chamado por parte do Senhor e da entrega de seu Evangelho para o anúncio às pessoas. Saber ter que reconhecer humildemente a nossa vulnerabilidade às feridas da história e não hesitamos em reconhecer os nossos pecados pessoais. Sejamos, porém, também convictos que a força do Espírito do Senhor pode renovar a sua Igreja e tornar resplandecente sua veste, se deixaremos nos plamar por ele. Mostram-no as vidas dos santos, cuja memória e narração é instrumento privilegiado da nova evangelização", afirma-se.

Ao mesmo tempo é reafirmada a confiança com a qual se enfrentam também as dificuldades e os desafios que o mundo de hoje coloca. "Nós estamos confiantes - salientam os Padres sinodais - nas inspiração e na força do Espírito, que nos ensinará aquilo que temos que dizer e aquilo que temos que fazer, mesmo nas situações mais difíceis. É nosso dever, por isso, vencer o medo com a fé, o aviltamento com a esperança, a indiferença com o amor".

Família e Paróquia

O documento nos traz os temas fundamentais das três semanas de discussão: atenção e cuidado mais intensos e particular pela família e pela paróquia. "Não se pode pensar em uma nova evangelização sem sentir uma precisa responsabilidade pelo anúncio do Evangelho às famílias e sem dar suporte a elas na tarefa educativa".

No texto os Padres sinodais expressaram um pensamento também verdadeiro aos casais divorciados: "A todos eles queremos dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que a Igreja também os ama e é casa acolhedora para todos, que eles permanecem membros da Igreja, mesmo que não possam receber a absolvição sacramental e a Eucaristia. As comunidades católicas sejam acolhedoras para os que vivem em tais situações e ajudem no caminho de conversão e de reconciliação".

Se reafirma em modo forte o papel "irrenunciável" da paróquia para a vida da Igreja. Os Padres sinodais convidam a propor "as formas novas de missão requisitadas pela nova evangelização" e ao mesmo tempo de "permear também as várias, importantes expressões da piedade popular" e envolver as "antigas e novas associações e junto aos movimentos eclesiais e às novas comunidades".

Os Jovens, Continentes e Missão Permanente

A assembleia também faz um apelo para não sermos pessimistas por não percebermos "nos nossos jovens aspirações profundas de autenticidade, de verdade, de liberdade, de generosidade" convidando a oferecer "as várias experiências de espiritualidade, de serviço e de missionarismo".

No fim da Mensagem, fala-se também sobre a situação da Igreja nos Continentes. Convida-se a Igreja na América do Norte a ser "solidária com a América Latina na permanente evangelização do continente comum". A vida e o testemunho dos cristãos na América do Sul e no Caribe traz esperança, portanto os Padres sinodais agradeceram desejando continuar a cultivar a piedade popular.

"O mesmo sentimento de gratidão a Assembleia do Sínodo dirige às Igrejas da América Latina e do Caribe. Toca em particular, como ao longo dos séculos se desenvolvam nos vossos países formas de piedade popular, ainda arraigadas no coração de tantos, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver em um estado permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e com alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho possa ser uma fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as vossas Igrejas e exige um renovado anúncio do Evangelho". (AA/JS)

Fonte: GaudimPress

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